O bom humor é uma vitória sobre o medo e a insegurança. O sorriso representa a beleza e a simpatia, torna-nos mais sedutores e interessantes socialmente, facilita a comunicação e sobretudo a relação. O sorriso tem um poder extraordinário e para prová-lo temos o eterno sorriso de Mona Lisa, carregado de sedução.
Todos nós temos dias em que nos sentimos menos optimistas, somos invadidos por pequenas ondas de preocupação relativamente ao presente e ao futuro das nossas vidas (e da sociedade), mas cada vez há maior consciência de que é importante manter a esperança, a força e a coragem.
Imagine quantas pessoas continuam a sorrir na adversidade? Manter uma atitude optimista face à crise ajuda-nos a sair dessa experiência fortalecidos e, por vezes, marca a diferença entre vida e morte.
O sorriso encurta a distância entre as pessoas. Por vezes é carícia, mimo, um sinal de afecto. O smiley é utilizado em linguagem Web para exprimir felicidade, para humanizar a conversa. Nas câmaras de videovigilância, a mensagem “sorria, está a ser filmado” pretende dar uma imagem menos intrusiva.
Há teses que determinam a tipologia do sorriso, outras as suas diferenças na perspectiva cultural e de género. Duchenne foi o primeiro a estudar as bases musculares das expressões faciais humanas, descobrindo que o sorriso genuíno e o falso utilizam músculos faciais completamente diferentes.
De acordo com Freitas-Magalhães, as mulheres utilizam o sorriso como arma de sedução, os homens como dominação. Elas sorriem mais vezes, são mais espontâneas no sorriso e o sorriso mais intenso. Eles são mais racionais. O género é, segundo Freitas-Magalhães, uma condicionante do sorriso. As outras duas são a idade e o contexto social. Refere que o sorriso é mais comum e intenso em idade reprodutiva. E que o contexto social pode ser um forte inibidor do sorriso.
SUN SHINE
As mulheres do Egipto conheciam o segredo de uma boca mais bonita e atraente: coloriam os lábios. E para um resultado sexualmente ainda mais apelativo optavam pelo encarnado. Muitos séculos depois, temos os batons numa vasta paleta de cores, apresentados em diferentes e criativas embalagens para todos os gostos. Dos cremes aos lápis, passando pelos glosses, esta explosão criativa de texturas alia-se à possibilidade de num só acto, o de retocar, iluminar e cuidar dos lábios. O batom sublinha a energia do sorriso, dando voluptuosidade aos lábios. Objectos de luxo, mas também de desejo!
OS ESTADOS DO SORRISO
• O sorriso comissural: as comissuras da boca levantam em direcção ao exterior e os músculos levantados do lábio superior contraem-se permitindo ver os dentes de cima. É o mais comum.
• O sorriso complexo: é o ‘sorriso com a boca toda’, o mais raro. Caracterizado pela contracção simultânea dos músculos levantadores do lábio superior e dos cantos da boca, bem como dos músculos abaixadores do lábio inferior. Exibe os dentes todos.
• O sorriso de boas-vindas: o que acolhe. Tem mais a ver com um sinal de pertença a uma comunidade sem atingir a esfera íntima À sua versão automatizada chamamos sorriso de conveniência.
• O sorriso de satisfação: após algo que satisfez o corpo ou… o ego. Numa versão mais sensual é o sorriso voluptuoso. Que exprime uma emoção física.
• O meio sorriso: para os que poupam o zigomático.
• O sorriso cúmplice: o que une, que revela a partilha de uma mesma história, ou mesmo conivência. Levado ao extremo torna-se o sorriso sabido, ou malicioso, mais infantil.
• O sorriso sedutor: que enfeitiça, envolve e tranquiliza. Se exagerado, transforma-se no sorriso provocante.
• O sorriso protector: defensivo, neutraliza as pulsações agressivas face ao desconhecido.
• O sorriso audaz: que transmite confiança. Os oradores conhecem bem os efeitos deste sorriso artificial que engendra emoções corporais positivas e galvaniza um auditório. Levado ao exagero transforma-se no sorriso comercial, uma espécie de tique facial característico dos vendedores diligentes.
• O sorriso embaraçado que ajuda a dominar a emoção face a uma situação incongruente. Quando a situação piora torna-se um sorriso pungente e consequente confusão.
• O sorriso sardónico: a ingestão de um determinado ranúnculo na Sardenha provocava uma intoxicação que fazia contrair os músculos faciais num riso convulsivo típico dos temperamentos ávidos de poder e dos meios que o garantem. “Pode-se sorrir e sorrir e no entanto ser-se um malfeitor” (William Shakespeare). Enriquecido com estratégia torna-se maquiavélico.