terça-feira, 20 de julho de 2010

Os (as) Ex, como afectam a nossa vida?


Um dos efeitos colaterais da nossa liberdade de escolha afectiva é a multiplicação dos ex. Toda gente tem um ou uma. No passado, quando as pessoas ficavam casadas pela vida inteira, essa figura controversa não existia. Havia ex-presidiário, ex-banqueiro e ex-garota de programa. Mas ex-marido ou ex-mulher, isso era coisa rara.
Hoje em dia, existe muita gente que está no terceiro casamento. E a cada um deles corresponde o espectro de um ex.

Alguns são fantasmas bonzinhos, desses que moram quietinhos na memória e, de vez em quando, nos acenam do fundo de um bar. São benignos.

Outros vêem carregados de lembranças dolorosas. Só de avistá-los a pessoa se deprime.

E há o terceiro tipo, verdadeiro morto-vivo, que é o ex que acha que não acabou – e fica ali em volta, ronda, liga, manda mensagens. Encontrá-lo é sempre uma emoção desagradável.

O pior tipo é o ex de quem nós gostamos. Está lá você, feliz na sua vida, quando a danada (ou danado) aparece para azedar a noite. Pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar. Não há defesa contra esse tipo de surpresa. No caso dos homens, estar acompanhado de uma mulher interessante atenua o baque. Afinal, ninguém merece ser pego sozinho, com cara de cão sem dono, diante de uma ex com olhar de “nunca fui tão feliz na vida”. Um escudo humano ajuda contra isso, mas não resolve. Ex de quem se gosta sempre dói.


No tempo em que as pessoas se dividiam claramente entre adultos e adolescentes, esse tipo de situação pertencia ao mundo dos adolescentes. Adultos não só tinham relações estáveis e duradouras como, uma vez que elas terminavam, não havia convívio entre ex-marido e ex-mulher. Isso mudou, claro. Os adultos agora trocam de parceiros como adolescentes, vivem em bandos como os adolescentes e, nesses bandos, todo mundo frequenta todo mundo, às vezes de forma carnal. Quando acaba com um, a relação começa com outro. É sempre alguém mais ou menos próximo. O resultado dessa endogamia é convívio indesejado. É troca de mensagens públicas nas redes sociais. É dor.

Tudo isso as vezes é difícil de lidar, mas não vejo escapatória. Numa sociedade em que as pessoas se casam (e se relacionam) muitas vezes, é inevitável que andem por aí a esbarrar nos ex. Ao menos aqueles que dividem o mesmo microcosmo social.

Nas separações normais, passado o tempo regulamentar e superados sentimentos vis, o ex-casal pode conviver perfeitamente. À distância. Podem encontrar-se socialmente, de quando em quando, e trocar palavras amenas. Nessas ocasiões, ela vai avaliar discretamente a barriga e a papada dele e concluir que tudo piorou. Ele, com a mesma discrição, vai passar os olhos nas ancas dela e sentir uma pontinha de saudades. Seres humanos são assim.

Novos cônjuges ou namorados também são objecto de inspecção criteriosa, física e existencial. A rede comum de amigos é empregada para desenterrar detalhes íntimos sobre o sucessor ou sucessora. Se for gente normal, deixa de ser assunto em poucas semanas. E a vida continua, como tem-se dito, a fila anda.

Uma dica útil – infinitamente séria - é examinar com cuidado o caráter da mulher ou do homem a quem você vai se juntar, especialmente se quiser ter filhos. Não há nada pior do que achar-se ligado pelo resto da vida a uma pessoa dificil. Mesmo aquilo que é difícil torna-se é mais fácil quando se está tratando com gente de bem.

Em relação à figura do ex ou da ex, a grande advertência é que eles não vão desaparecer porque nos cansamos deles. As pessoas com quem nos relacionamos de forma duradoura fazem de alguma forma parte da nossa vida. Ficam lá em algum formato de arquivo.

Cabe a nós saber lidar com a situação impedindo que os (as) Ex interfiram no actual relacionamento.


Fonte: vilamulher.terra.com.br







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